Rascunho

Surpreendida Mi para, gela.
- Que foi Mi. Ta branca derrepente - Carlinhos fala e olha para tras - Ooooopppss!
Era o chefe deles que estava ali atrás escutando tudo. Não sabiam qual seria a reação dele, pois isso nunca havia acontecido antes. O que fazer agora? Só podiam parar e esperar a bronca

Araújo estranha o "Opsss" do funcionário do IML. Para e olha. Agora sim entende a exclamação dele. Onde está o corpo? Não há nenhum corpo. Nada! Vazio!
-Ma....Mas estava ai! - Diz o funcionário assustado. Olha para os lados, sem saber o que fazer - Espere um pouquinho doutor, vou perguntar ali - Sai apressado até encontrar outro funcionário - Jão! A loira sumiu Jão!
- Que você tá falando ô - responde o outro funcionario
- A loira Jão, não ta mais lá!
- Cê tá Maluco, lógico que está lá sim.
- Não tá! Sério!
- Xiiii isso vai dar problema...

Teresa continua teclando, ele não esta ON. Mas tem muito mais gente para se divertir. Ela não se sente mais inútil. Não! Agora ela tem vida própria. Amigos particulares. Pode conversar, desabafar. Mal pode esperar chegar amanhã para a segunda aula de computação. Vai poder aprender mais. E com isso aumentar mais seu circulo de amizades. Ela pode viver pra ela agora. Não mais para outros!

Fim da hora do almoço, Ferreira olha a hora no relógio e percebe que Araújo não chegou. Segundo dia que ele anda estranho assim. Será que arranjou uma amante? Aquela loira talvez? "ÊÊ. Araújo come quieto, mas vou falar pra ele maneirar por que não vai dar pra encubrir todo dia assim do chefe não". Mas Ferreira fica pensando na muita sorte que uns tem. E outros quase nenhuma. "Mas isso vai mudar. Ah! Assim que encontrar minha princesa isso muda".

Araújo espera o funcionário voltar. Ele demora muito para voltar. Ouve ronco de motores. carros estacionando. Começa a dar uma sensação estranha nele. Começa a suar frio. Resolve ir sem esperar o funcionário voltar. Sai quase que correndo, meio atropelando. Mas olha pra porta e gela. Um pessoal meio estranho entrando. Engravatados. Pensa. Começa a andar devagar como se nada tuivesse acontecido. Sai do prédio, vai pro estacionamento, agora praticamente correndo. "As chaves, onde estão as chaves? Meu deus!"

(Continua nessa terça...Capitulo nao finalizado)

Surpresas

Hora do almoço. Tereza está lá pensando se vai ou não para o computador. Pega um pacote de bolachas e resolve ir. Afinal não tem que cozinhar para ninguém mesmo. E lá vai ela para computador. A mesma sala. "Nossa quanta gente" Surpreende-se. Porém sai procurando alguém em especial. "Ah! Ele não está aqui." Se desaponta. Mas não muito, e começa a teclar

"O Araújo está muito esquisito, não almoça mais, sai correndo. Putz o que sera q aconteceu" Pensa Ferreira, mas logo depois praticamente esquece isso se divindo entre a mulher que ele conheceu na internet, o jogo de paciência no computador, e decidindo onde vai comer hoje. Decide que vai ali perto mesmo. Tem uma garçonete bonitinha lá. Pelo menos vai ter uma boa visão enquanto come.

Quendo Rô decide atender o celular, Mi pega o celular e joga longe:
- Você não vai fazer isso! O Cara é um safado e ainda assim você quer atender esse telefone?
- Mas Mi...
- Nada de mas. Esqueça-o. Não percebeu ainda que ele não presta que te quer como amante?
Roberta faz cara de choro. Está depontada. Não sabe o que fazer agora. Está perdida, completamente perdida. Mirela percebe isso, vai lá e dá um abraço na amiga.
- Calma viu? Vamos almoçar e depois a gente conversa. Você vai ver que é melhor assim - Diz Mirela enquanto Roberta cai em prantos.

"Eles estão olhando para mim! " pensa Araújo "O que eles querem? Será que eu vou?" Araújo decide ir, desce a escada tentando disfarçar o nervosismo, fingindo olhar para frente. Passa os dois homens que estão na porta, suando frio. Vai andando rápido, quase correndo para o carro. Olha para trás. Os hemens não estão mais ali na porta. Mas também não estão o seguindo. Entra no carro. Senta e da um suspiro "Ufa! Consegui!". Agora pensa como chegar no IML, ele tem que ir ver o corpo da loira, tem certeza que é ela, mas tem que ir ver o corpo. Pega o guia e vê como faz para chegar. Não é longe. "Mas com esse trânsito. Vou perder a tarde inteiro na repartição para fazer isso"

- Me conta como foi ontem contigo e o Carlinhos. Assim eu distraio um pouco - Diz Roberta
- Ah! Fomos na casa que ele e a namorada compraram e mobiliaram acredita?
- Ai Mi! Que Dó!
- Ah! Não conheço ela mesmo! - Mi fala com um desdém, mas pensativa - Mas é um palhaço mesmo! Acredita queele perdeu a hora. E ficou preocupado que praticamente sumiu da namorada! - Completa sorrindo
- Ai! Eu tenho dó dela! coitada
- Hum... - Ei muda de assunto eleestá vindo aí
- Ai Ai Ai Mi nem te conto que aconteceu hoje de manhã - Diz Carlinhos chegando

E la está Ferreira almoçando olhando as pernas e a bunda da garçonete, pensando numa paquera que não seja besta, e não encontrando nenhuma. Desiste volta a pensar na mulher da internet. Horas conversando a fio. Muito bom conversar com ela. Tá! É comprometida, mas parece que o cara não dá muita atenção. Se sente vivo. Faz tempo que não sentia se assim...

Tereza se diverte na internet, vai conhecendo cada vez mais esse mundinho. ue na verdde não é um mundinho e sim um mundão. Tem muito o que descobrir. Pelo jeito vai passar horas passeando por cada cantinho desse lugar.

Araújo chega ao IML. "O que vou dizer?" Ficxa pensando numa história. O que dizer? Que é pai da vitima. Mas se já vieram reconhecer a pessoa? "Já sei vou dizer que sou tio dela!".
Chega no guiche aguarda o funcionário chegar lentamentamente e fala:
- Oi.. Boa Tarde! Minha sobrinha desapareceu faz uns dois dias...
- É?
- É sim!
- Já procurou na delegacia? Hospitais?
- Já.
- Hum..
- Anh?
- Como ela é?
- Loira, mais ou menos um metro e setenta e cinco, branca.
- Sei
- Não sei onde mais procurar
- Bom, pode ser que você esteja no lugar certo. Preencha esse formulário e aguarde - O funcionário entrega o formulário na mão de Araújo que começa a preencher, é extenso o formúlario. Eele tem que por todos os dados dele.

Calinhos começa contar sua aventura, que quando chega em casa a namorada já estava esperando. Nervosa. brigando. Perguntando onde havia se escondido esse tempo todo. Ele tentando pensar mnuma desculpa e nada surgia. E ela perguntando onde esteve. Ele não sabendo o que dizer! E agora? O que faria? Aí inventou a história que um amigo passou mal e ele teve que passar a noite inteiro no hospital com o amigo.
- Ai Carlinhos! Só você mesmo! - Diz Rô Sorrindo..
- Safado! - Fala Mi gargalhando.
- E mais, vocês nào sabem mais o que falei para ela...
- Ops... - Interrompe Mi olhando para trás de Carlinhos surpreendida.

- Ok senhor Araújo, temos somente uma pessoa que se encaixa na sua descrição - Diz o Funcionário, lendo o formulário preenchido - Siga me.
- Esta bem! - Araújo o sehue pelo corredor, ate uma sala cheia de gaveta.
- Trezentos e oitenta, trezentos e oitenta e um, trezentos e oitenta e dois. Aqui está! Está preparado?
- Sim. - Responde Araújo, nisso o Funcionário, puxa a gaveta...
- Eita!!! - Exclama o funcionário surpreso e assustado.

Horas Perdidas

- Pééé, pééé, pééé
Há quanto tempo o relógio esta tocando? Araújo acorda com essa duvida nas cabeça, geralmente Tereza já a teria acordado, mas ele senta na cama, desliga o relógio, esfrega o rosto. E percebe que Tereza nem se mexeu continua dormindo. Estranho! Mas não é só isso que está estranho: "Como que eu vim parara aqui?" Pensa ele. A última coisa que ele lembra é estar naquela boite abandonada, beijando a loira. Agora acorda aqui, de camiseta de dormir, na cama, ao lado de Tereza como se nada estuivesse acontecido. "Acordo ela e pergunto como cheguei, e me troquei? Não melhor não!" Lembra do telefone que a loira deu, que caia no tal do mosteiro. Pulou da cama e passou a procura-lo, nada anotado, carteira em ordem, tudo em ordem, parece que tudo está no lugar, menos o telefone anotado! Simplesmente sumiu.

"Ah! Não quero levantar..." Roberta pensa. o Despertador tocou, ela já desligou. Esta sem vontade para nada. Com sono. Na verdade queria dormir vários dias. Anos! Que bom se dormisse e nunca mais levantesse até! Adormeceu chorando, já não tinha mais lágrimas para chorar. A visão embassada, a gaganta até doia de tanto que havia chorado. Parecia um sonho até aquele momento. Tudo perfeito, como sempre sonhara, aquele amor perfeito. Ela imaginando que esse sim ia ser aquele amor que ela iria envelhecer ficar velhinha ao lado dele. Ainda teve forças para falar tudo isso para ele. E ouviu como resposta que ainda isso podia acontecer. "Mas como?" Ela imaginava. Sim! Era um sonho. Mas ela foi acordada da pior maneira. Ela nunca queria ter ouvido o que ele disse aquela hora: "Sou casado!"

- Caramba Carlinhos! Sete horas e nós estamos aqui ainda!
- Ai Mi! Relaxa! Não foi ótimo essa noite? - Diz ele sonolento. Deitado na cama.
- sim! Foi! Mas preciso trabalhar. E estou a kilometros do trabalho. Pior! Nem roupa eu tenho! Como vou trabalhar assim?
- Ah! Curte o momento vai!
- Ah! Sim! Você fala isso por que não tem que trabalhar agora de manhã, não tem preocupações. - Mirela fala dirigindo o olhar para carlinhos - Falando nisso, e sua namorada?
- Putzzzz! Minha namorada!!! - Exclama Carlinhos, assustado, levantando da cama em um pulo só.

Sem saber o que fazer Araújo toma um banho, e se arruma para o trabalho. De volta aquela vidinha de sempre. Depois tentaria descobrir o que aconteceu essa noite. Estrnho que já ia descer para o café e Tereza estava dormindo como nunca havia dormido antes. "Deve ter me esperado chegar. Deve estar muito cansada, coitada". Passa no quarto da filha. Ela ainda no quarto, está atrasada:
- Filha, aconteceu alguma coisa? Nem se levantou ainda!
- Já vou pai! Passdei mal, mas já estou melhor
- Quer carona hoje?
- Não pai, vou demorar um pouco para sair.
Então ele vai tomar café, torce para o carro estar na garagem, já que não lembrava como tinha dirigido até lá.

Apesar de estar sem vontade nenhuma de levantar, Roberta se levanta, e vai tomar banho. Já vai chegar tarde. "Tomara que a Mi chegue no horário para me cobrir". Não entende como só pode acontecer isso a ela. Parecia estar tão feliz, estava dando tudo certo. " Todo mundo é feliz, menos eu, já devia estar acostumada!". Amor perfeito, amor perfeito. Nenhum amor é perfeito, as vezes amamos mais do que somos amados; outras somos mais amados do que amamos. E outras ainda ele diz que ama...mas é casado!

- Minha Namorada, minha namorada. Como fui esquecer dela? - Diz carlinhos enquanto se troca apressadamente.
- Bem que você disse que esquece do mundo quando está comigo. - Fala Mirela Sorrindo.
- Ah! Mi! Não brinca assim! A bateria do meu celular acabou. Ela deve estar ligando como louca.
- Ainda bem né? Já pensou ela ligar ontem no meio da madrugada? Ia atrapalhar totalmente a gente!
- É! Isso! Tira sarro mesmo. Mas, e aí? Não vai ter problema chegar atrasada?
- Acho que não, a Rô já deve estar chegando e ela me cobre.

Roberta se troca apressada, tem que chegar pelo menos até umas dez e meia. Ainda mais por que vai de ônibus. Assim é bom, vai refletindo, esfriando a cabeça. Até dormindo um pouco. Não dormiu direito a noite. Ouve o pai sair com o carro. É realmente vai de ônibus mesmo.

"O que será que a loira queria? O que aconteceu daquela hora pra cá?" Essas perguntas não saem da cabeça de Araújo. Dirigindo, e tentando achar uma maneira de como descobrir tudo isso. Como em um dia a vida dela vira-se de cabeça para baixo, e já no outro dia tudo parece normal? "Será que estou ficando maluco? Imaginei tudo isso?".

Roberta vai para o ponto. ainda bem que não é longe até a Paulista, fora o transito. Precisa muito falar com a Mi.

- Você vai para sua casa ou para o Trabalho?
- Trabalho Carlinhos! Não dá tempo de chegar em casa e ir trabalhar ainda!
- Ah! Tá! Ei... Não é a Rô ali no Ponto não?
- Nossa!!! É sim! Para o carro.
- Mas aí ela vai descobrir sobre a gente.
- Deixa de ser besta Carlinhos ela já sabe! Para esse carro logo!
Carlinhos para o Carro no ponto, Roberta para. Olha surpresa. Eles dois ali no ponto, meio que sem entender nada.
- Sobe Rô, vamos prto trabalho. - fala Mi sorridente como sempre
- Mas, o que vocês estão fazendo aqui?
- Ah! Depois eu explico! Sobe logo senão a gente vai se atrasar mais ainda.

Tereza acorda assustada quando olha o rélogio e vê o horário. "Nossa! Nove horas já?? Ai! Nem vi o Toninho chegar! Nossa me empolguei mesmo no computador. Mas também, muito divertido. Conheci tanta gente! Não sabia que dava pra conhecer gente de tão longe, e de tão perto..." Pensa com um sorriso no rosto.

Carlinhos deixa Rô e Mi no escritório e sai em disparada para casa.
- Rô. O que aconteceu que você, que nunca atrasa, atrasou hoje?
- Ah! Mi! Não consegui dormir.
- Hum.... A noite foi boa então hein?
- Foi Mi! pior que foi.
- Que tristeza é essa então?
- Ele é casado Mi! Casado!

"Deixa eu chegar e ler o jornal antes que o Ferreira chegue. Aí não consigo ler mais nada". E lá vai Araújo ler o jornal. Vê a parte de esportes, política, policial. Quando derrepente gela! "Mulher Encontrada Morta em Boite na Chácara Klabin" Ele para com essa notícia fica sem reação. Se controla um pouco e continua lendo a materia:
"Da Redação
Uma mulher, de aparantemente 25 anos, cabelos loiros; foi encontrada hoje morta no chão da boite por uma equipe de faxineiros que foram contratados para limpar o local. Ricardo Soares que encontrou o corpo estranhou que ela estava sem roupa. 'Quando chegamos aqui, estranhamos que estava tudo aceso, aí encontramos a moça, sentada no sofá, pelada. Fui tentar acordar. Mas percebi que ela nao se mexia', conta Soares.
A Policia anda investigando o local. Mas até agora não tem pistas. Tudo leva a indicar que foi crime passional"
"Só pode ser ela! Meu deus! O que aconteceu lá ontem??". Ferreira chega nessa hora. Araújo tenta disfarçar o espanto.
- Araújo! Tá branco homem! O que aconteceu?
- Nada não. Deve ser a luz aqui.
- Ah é? - Diz Ferreira olhando pra cima, em direção a luz - É deve ser. Rapaz tenho uma coisa para te contar!
- Fala Ferreira. - Araújo finge interessado, mas a cabeça voa.
- Ontem entrei na Internet. Sabe né? Nada o que fazer, então fui lá. Mexer um pouco. Rapaz! Não sabe o que encontrei! Araújo? Ta prestando atenção homem?
- Hum? Sim, Sim! Continua - Araújo não ouvira uma palavra. Ferreira continuou contando o caso dela. Mas lá estava Araújo pensando como iria fazer agora? Teria que descobrir o que houve! O que aconteceu lá? Como não podia lembrar??

Roberta conta tudo que aconteceu para Mi. Até a parte dele ser casado. E que aconteceu com ela depois. Assim a hora passa. Mi só escuta. Quase meio dia já. Mi vai dar seu veredito quando o telefone de Rô toca:
-É ele Mi! Atendo??

Hora do almoço. Araújo resolve sair e investigar isso. Ir no IML? Não sabe ao certo. "Tenho que saber o que aconteceu ontem!". Desce a escada correndo, mas para. Ve dois homens parado na porta do prédio. "Estranho! Nunca vi esses caras antes!". Pensa em voltar. Mas se eles vierem atrás. "Será que vou em frente?"

Noite de Lua Nova

Rô desce correndo para ver quem a espera. Sobrando só Carlinhos e Mirela na sala:
- Vai fazer alguma coisa hoje Mi? - Pergunta Carlinhos
- Não sei ainda - responde emendando logo em seguida - Você não vai ver a namorada?
- Hoje não. Vamos tomar algo, conversar, que tal?
- Conversar é?
- Isso conversar...

Tereza chega em casa, ainda não é hora nem do Toninho nem da Rô chegarem. "Preciso fazer o Jantar. Ah! Daqui a pouco eu faço, deixa eu ver se aprendi tudo direitinho". Pensa, e vai para o computador. E nota que realmente aprendeu tudo direito. Conseguiu ligar, conectar e entrar na sala de bate papo:
- Qual sala que eu entro? - Fala para si mesma.
- Nossa que horror! Sexo explícito! Imagens? - Fala dando risada, dá uma espiadinha. E cora com o que vê.
- Hummm! Acima de cinquenta. Vou entrar nesta! - Decide-se.
Mas fica olhando a tela não sabendo que apelido colocar:
- Ai! Não sei! Ah! Vou colocar Teté - Entra, pronta a desbravar esse mundo.

Ferreira está em casa, já faz uma hora que está em casa sem nada o que fazer. Nessas horas ele para e pensa por que não casou. Não sabe na verdade. Não encontrou a pessoa certa. Talvez até tenha encontrado, mas a perdeu, por bobeiras que todos fazem em algum momento da vida. Virou funcionário público. Ao menos a vida estava boa. Na verdade o que ele acha de ruim realmente é ter ele que cozinhar alguma coisa no jantar. Pega um pacote de bolacha. Uma cerveja e lá vai para o computador:
- Que apelido eu ponho hoje hein? Vou colocar o de sempre.

Mi fica pensando se deve ou não sair com Carlinhos. "Ele tem namorada. Mas ele é tão, tão... Ah! Quer saber? Não conheço a menina mesmo." Pensa, já se decidindo:
-Então vamos Carlinhos! - Fala, perguntando logo em seguida com uma cara nada inocente - Mas onde você vai me levar?
- Surpresa Mi, surpresa! - Responde dando uma piscadinha

Roberta, espera o elevador que nunca vem. Parece que demora horas, não chega nunca. Resolve ir pela escada mesmo. E descendo os degraus vai pensando "Será que é ele? Só pode ser ele, sabia que ele vinha!"
E lá está ele esperando, com um buque nas mãos. Ela para. Respira fundo. Ajeita-se. Arruma o cabelo e vai ao encontro dele.
- Oi! Você está linda! - Diz ele entregando o buque para Roberta
- Adorei as flores! São lindas! - Os olhos brilham, ela pega as flores. Compensou toda essa espera. Quer dizer, nesta hora ela nem lembrava mais de todo desespero que havia passado a tarde inteira!
- Quer Jantar comigo Rô?
- Adoraria
- Espero que goste do lugar que vou te levar! - Fala isso enquanto caminham em direção ao carro. Abre a porta para ela entrar, e pergunta:
- Você não tem hora para voltar não é?
- Não. Mas preciso avisar lá em casa que vou demorar pra chegar.
- A vontade!
Roberta liga para a casa e avisa a mãe dela que nao irá jantar em casa.

-Sim liguei! - Araújo responde - Mas aquele numero...
- Não se importe com isso querido! - Interrrompe a loira - Estou passando aí para te pegar. Em vinte minutos estou ai!
-Mas...
- Tu...tu...tu...
Não tinha outra alternativa senão ligar para Tereza e dar alguma desculpa, teria que fazer uma auditoria de emergência ou algo do tipo. E tentar descobrir o que essa loira quer.

Tereza está tão entretida no bate papo que não vê a hora passar. Descobrindo esse mundo novo, fazendo novas amizades. Quando olha a hora:
- Meu deus! A Janta! Nem comecei!! - Espanta-se. Levanta correndo, meio desesperada, para começar a preparar o jantar. Quando toca o telefone. É a Rô avisando que vai chegar tarde e não vai jantar. Mas mesmo assim ainda tem que fazer, afinal o Toninho vem jantar. "Ai! Correria! Não vou terminar até o Toninho chegar!". Nisso o telefona toca de novo. É o Toninho ligando. Vai fazer cerão. Nunca sentiu tão aliviada e feliz com essa notícia. Agora mais tranquila volta ao computador. Acabar de desvendar essa nova dimensão.

Enquanto vão para esse lugar surpresa que Carlinhos disse, Mirela fica perdida em pensamentos:
Não era assim antes. Era sonhadora. buscava o amor ideal. Aquilo que sonhara a vida toda. Uma vez achou que conseguiu. Estava feliz. Estava namorando o cara que amava, a cada dia q passava estava mais feliz. Mas derrepente o sonho parecia estar desmoronando...
-Mi? Mi? Chegamos. O que acha? - Intorrompe Carlinhos, os pensamentos de Mirela.
-Carlinhos!!! É lindo esse lugar - Mi admira-se de verdade.

Araújo espera do lado de fora do prédio. Deixou o carro na garagem. Depois pegaria. Vê um carro preto se aproximando. Mas não é a loira que o dirige. O carro se aproxima. É um chinês que está dirigindo o carro. Não consegue ver mais nada dentro do carro. Muito escuro.
O Carro para, abre a porta de trás. E lá está a loura, o cabelo dela contrasta com a escuridão do carro. Está linda com aquela minissaia, o sobretudo aberto:
- Entre querido!
Ele entra, sem conseguir tirar os olhos dela. Parece que está hipnotizado. A porta se fecha. O carro começa a andar. A loira calada, só olhando pra ele e sorrindo. Ele abobalhado. Onde Está? Não tem a mínima idéia, não sabe se pelos vidros escuros, ou se por causa daquelas pernas. Quanto tempo estão andando? Não se tem a noção nenhuma.

Roberta está no carro. Seguindo pela Avenida dos Bandeirantes. Em direção a serra do mar.
- Estamos indo para a praia? - Roberta questiona.
- Sim! Você lembra que eu te falei do meu apartamento?
- Lembro.
- Então! Mandei prepara-lo para nosso jantar.
Rô se admira. Tenta disfarçar para não dar muito na cara e pergunta:
- Onde fica?
- Astúrias. Você vai ver quando chegarmos.
E ela fica Sonhando acordada. Não poderia estar mais feliz. Tudo dando certo. Estava sonhando acordada só podia ser isso.
- Rô? Chegamos! Você acabou dormindo no caminho sabia? - Diz ele sorrindo acordando-a educadamente.
- Unh? Ah! Desculpe eu adormeci.
- Que isso Rô. Assim você descansa um pouco. Com fome?
- Sim! Um Pouco
Pegam o elevador. Último andar. Abre a porta do apartamento. Lindo! A mesa arrumada na varanda. Vista pra o mar. Não é um simples apartamento. Simplesmente é a cobertura!
-Sente-se Rô! Vou trazer a comida.
Ele traz. Deliciosa.
- Está gostando? - diz ele pegando na mão dela
- Sim! Muito!
Ele a puxa pela mão e a beija. Sobem a escada se beijando, na varanda de cima. O céu estrelado. Só pode estar sonhando!

O Carro de Araújo para. Abre uma porta. Entra em um lugar que parece uma boite abandonada:
- Chegamos querido! - Diz a loira, enquanto o chinês abre a porta do carro para ela descer. Araújo desce logo atrás dela.
- Sente-se ali. - A loira aponta um sofá de couro, embutido na parede. Araújo senta no sofá indicado.
- Esta confortável? - pergunta.
- Sim... - Araújo responde ancioso.
- Deve estar se perguntando por que está aqui não é? - Enquanto fala, ela pega um banquinho, coloca na frente de Araújo e senta-se bem de frente - Eu sei que pensa em ter uma vida bem melhor que você tem agora. Sei que não é isso que sonhou para você! - Fala isso, e aproxima o corpo dele apoiando as mãos na coxa de Aráujo. Que sua frio! Não sabe se olha aqueles olhos que o fita, ou se olha aquele belo decote que quase salta no seu rosto. - E estou aqui para te dar o que sempre sonhou! - Se aproxima ainda mais de Araújo - Você Quer?
-Gasp - Araújo se engasga.
-Quer água querido? - Pergunta a Loira. Araújo faz que sim com a cabeça, no que o chinês prontamente aparece com o copo d'agua para ele. Toma a água. Respira fundo.
-Então querido você quer?
- ... Sim.... Eu quero - Responde Araújo reticente, tonto até. A loira se aproxima ainda mais e o Beija. Araújo não vê mais nada.

Noite maravilhosa essa de Roberta. Pena que chegou a hora. Cada momento foi especial. Está tão cansada que subiu a serra dormindo.
- Rô! Chegamos - Ele a acorda com um beijo.
- Já? nossa que rápido!
- Sim. Foi sim!
- Bom. Tenho que ir né?
- Mas antes, tenho que te dizer uma coisa muito importante!

Vida de Escritório

"O Araújo tá demorando", pensa Ferreira, "A esse hora ele sempre está de volta, caxias mesmo, será que desistiu de ser caxias tão próximo da aposentadoria?". Enquanto pensa vai sentando em frente ao computador, olha a hora na tela: 13:03. "Hum daqui a pouco já é hora do café! Mas acho que dá pra fuçar um pouco na internet.". E abre o MSN. "Será que ela está aqui? Tomara! Opa! Estava esquecendo, deixa eu abrir uma planilha. Vai que o chefe chega". E Ferreira vai para sua lida diária em enrolar. "Falando em chefe, olha ele aí."
- Boa tarde Ferreira!
- Boa tarde chefe.
- Ué Cadê o Araújo? Não era para eles estar aqui já?
- Ele saiu para almoçar um pouco mais tarde. Já deve estar chegando.
- Sei - Diz e vai para a sala dele. Fecha a porta. Ferreira estranha pois ele nunca fecha a porta.

Roberta e Mirela, voltando para o escritório, aproveitando para olhar as lojas da Oscar Freire, e sonhar um pouco. Afinal, para olhar ainda não estão cobrando.
- Que lindo vestido Rô! Ia ficar ótimo em mim não acha?
- É ia...
- Rô!!! Ainda pensando nesse cara! Para menina! Não Adianta ficar pensando. Esquece ele!
- Não Mi! Não vou esquecê-lo. Ele é maravilhoso! Como vou esquecer assim?
- Tão Maravilhoso que sumiu né? - Fala Mirela, se arrependendo do que disse, por estar sendo tão dura com a amiga.
- Ah! Mi! Não é assim! Ele vai aparecer - Responde, mas como se fosse quase uma súplica. Tentando ela mesmo se convencer disso.

"Ah! Será que vale a pena?". Pensa Tereza enquanto dirige para o Centro de Capacitação da Terceira Idade. "Não sei se consigo aprender essa coisa de computador!". Mas como está a caminho mesmo decide ir até lá e ver no que dá.
Chegando lá...
- Oi vi na TV que vocês estão dando um curso de computadores para a terceira idade. Como eu faço para saber mais? - Pergunta para o atendente no balcão.
- Sim senhora, é aqui mesmo! - Responde o atendente muito solicito - É só a senhora preencher essa ficha. se quiser pode começar o curso hoje mesmo. A primeira aula é daqui a meia hora! - E entrega a ficha para Tereza.
- Ai! Não sei se vou conseguir preencher isso direito - Fala olhando para a ficha e depois para o atendente - Você pode me ajudar?
- Com todo prazer! - responde.

- Olá Meninas! - Chega com todo entusiasmo que tem direito Carlos - Como vão esses dois pedaços de mal caminho?
- Oi Carlinhos - Responde Roberta.
- Menos Carlinhos! Menos! - Responde Mirela e continua - Isso é hora de chegar no trabalho?
- A Mi! Amor da minha vida! Sabe como é né? Baladas. Fora que meu horário é só a tarde mesmo. - Responde Carlinhos rindo - Fazer o que se não sou peão né?
- É vai ter sorte assim lá longe - retruca Mi.
- Ou lá em casa né? - Responde Carlinhos.
- Comporte-se Menino. Você tem namorada sabia? - Fala Mi.
- Você nunca ligou pra isso vai? - Responde logo em seguida Carlinhos, dando uma piscadinha.
- Shhhh! - Diz Mi, olhando meio de lado com meio sorriso nos lábios, levemente corada.

Araújo chega à Receita. Esbaforido, está atrasado quase uma hora. Como pode perder tanto tempo no caminho de volta? De carro ainda? Quase bateu o carro três vezes! "Estou louco só pode ser! Isso não pode estar acontecendo". Aí olha para o cartão, como se para ter certeza do que aconteceu é verdade. Quase pode sentir o cheiro do perfume dela no cartão. "Ah! Que perfume!".
- Araújo onde você se meteu homem? - Pergunta Ferreira - O Chefe já chegou e perguntou de você.
- Ah! Ferreira, se eu contar você nao vai acreditar! - Responde se dirigindo para a sala do chefe.
Ferreira volta ao MSN. Mas não tem ninguém lá. "Depois do almoço dá um sono!". Pensa Ferreira, olhando o a tela do computador. Ela vai ficando longe, distante...

Roberta volta a trabalhar. Tem que entregar essas cotações até o fim dia. Mas não para de pensar nele. Se produziu toda só para vê-lo. Será que foi a tôa? Ele não pode ter sumido assim. Tão carinhoso, gentil. Prometeu que sempre estaria do lado dela. Não foi ela que pediu o número. Ele deu antes de ir embora, assim do nada. Ele é tudo que havia sonhado!
-Rô!!! Esquece! Ele já teve o que queria! - Fala Mi, interrompendo os sonhos da amiga como se tivesse adivinhando o que ela estava pensando.
- Ih! Mi! Tô pensando em nada não, estou aqui concentrada nas cotações - Tenta disfarçar para a amiga e continua para mudar o assunto - Mas me conta que história é essa sua e do Carlinhos?
- Então Rô - começa a contar - Uma vez há quase um ano, eu e o Carlinhos nos encontramos numa festa. Eu meio alta. Você sabe né? Ele também. A gente foi e se beijou!
- Só Beijou? - Pergunta Rô
- Não né? - Responde e continua - A gente se beijou, o clima foi esquentando. Ele me ofereceu carona. "Pra minha casa ou pra sua?" perguntei a ele. "Pra sua! Minha namorada tá na minha casa. Dormindo!" Ele respondeu com aquela carinha de safado. Ai! Não aguentei né? Aquela carinha. Fui empurrando ele até o estacionamento. Encostei ele num pilar, e fui beijando. Você sabe né?
- No estacionamento Mi? - Espanta-se Rô.
- É sim! Tinha que aliviar o moço né? Pelo menos um pouco - Fala Mirela rindo - Mas depois fomos para casa.
- Hummm, e foi só dessa vez? - pergunta Rô
- Bom.... Às vezes a gente se encontra né? - responde Mi sorrindo.
- E a namorada dele coitada?
- Ah! Rô! Cada um cuida do que é seu! Não conheço a menina mesmo. Por que vou me preocupar?

Quase na hora da aula. Tereza já está esperando. Chega uma outra senhora ao lado
- Olá veio fazer curso também? - Pergunta a senhora
- Sim, eu vim! Não é por que estamos velhas que não podemos usar essa tal de internet né?
- Também penso assim! Temos que aprender coisas novas sempre. Ah! Eu me chamo Ana!
- Prazer Ana, eu sou Tereza. Olha vai começar já! vamos? - Responde
E começa o curso. O Professor ensina como acessar a internet, e tudo mais.
O tempo passa...
- Ah! Tereza! Até que não parece difícil né? - pergunta Ana no fim da aula.
- É verdade! Eu achava aquelas salas de bate papo coisa de outro mundo. Mas parece ser iinteressante né?
- É sim! Mas gostei mesmo que dá para achar um monte de receita de doces - Ri Ana.
- É verdade - Sorri Tereza - Também gostei disso! - E se dirige para a saída.
- Boa Tarde Senhora a verei aqui de novo? - Pergunta o o atendente sorrindo.
- Com Certeza! Com Certeza! - Responde Tereza, alegre!

- Ô Ferreira! Ferreira!
- Hum?? Anh! Espírito Santo amém! - tenta disfarçar o pesado sono Ferreira - Sim chefe?
- Virou religioso Ferreira?
- Sempre fui chefe!
- Sei, sei. - retruca desconfiado o Chefe - Escuta, cadê o Araújo? Ele saiu da minha sala e não o vi mais.
- Ele está aq..... ué? Ele estava aqui! Deve ter ido tirar xerox!
Enquanto Ferreira dormia, e dava um pouco de descanso para o Araújo. Ele ficou pensando se ligava ou não. Ainda pensando. Pensando no cheiro, nas mãos dela. "O que ela quer de mim?". Decidiu ligar. Mas não ia ligar dali, ia para um outro lugar. Um orelhão. "Ué não tem o nome dela." Constatou no caminho para o orelhão.
Toca o telefone:
- Alou? - uma voz masculina do outro lado
- É... alô! Queria falar com a... Bom não sei o nome dela! Me deixou o telefone. Uma loura. um metro e setenta e cinco mais ou menos.
- Filho - responde a voz - Você deve ter se enganado. Aqui é um mosteiro!
- Ah! Desculpe! - E desliga envergonhado.
Volta furioso para o repartição. Só podia ser coisa do Ferreira esse trote. Só pode! E pior que perdeu o dia inteiro com isso.
- Ô Ferreira! Belo trote! - Chega falando assim que entra.
- Ih Araújo! Sei lá do que você está falando - Responde Ferreira, se levantando - Bom, amanhã a gente se fala. Meu horário já deu! - Continua indo embora - Tchau Araújo!
-Tchau Ferreira - Agora ele pensa que só resta ir embora também. "Mas se nao foi o Ferreira. Quem foi?" Pensa. Ele poe o pé em direção a porta, e toca o telefone:
- Alô querido! Me ligou?

Cotações terminadas, dia no fim. Esperança idem. Só resta ir embora. Ele parecia ser tão diferente.
- Rô! Fica assim não! Tem que aprender a aproveitar e confiar menos nos homens! - Consola Mirela
- Mas...
- Rô - Interrompe Carlinhos, que acaba de chegar - tem um cara lá embaixo, muito bem vestido, querendo falar contigo. Falou que te conhece.

X-Bacon

O Telefone continua tocando. E ninguém atende do outro lado.
- Por que será que ele não atende? - Pensa Roberta em voz alta.
Tenta mais uma vez. Toca duas vezes apenas e de repente cai na caixa postal. Ela desliga.
Espera cinco minutos. Tenta de novo. A Partir daí já cai na caixa postal direto, sem tocar.
- Vamos almoçar Rô? - Mirela a chama.
- Tô sem fome Mi, deixa prá lá! - responde.
- Ah! Não! Para com isso! A gente sempre almoça junta. O que aconteceu? - retruca.
- Nada Mi, nada.... - ela fala e logo em seguida - .... ele não me atende Mi! Sumiu!
- Ai! Homens! - Balbucia Mirela - Vem Rô! Vamos comer.

Araújo chega na mesa. A loira olha, sorri, um sorriso lindo, de desarmar qualquer pé atrás; olha para o banco vazio. Araújo vai e senta-se lá. A encara meio sem jeito. Foge com o olhar, e quando dá-se por si. Está fitando as pernas dela. Sobe os olhos para os seios. O rosto. E ela esta lá, olhando para ele, nos olhos. Firmemente, mas com doçura, e aquele sorriso continua nos lábios dela. Araújo cora: "Meu deus! Tenho cinquenta e seis anos e estou me comportando como um adolescente" pensa.
- Ehh...Bom, estou aqui. - Diz, tentando sair daquela situação vexatória.
- Antes vamos comer. Estou morrendo de fome. Odeio comida de avião. - Responde com aquela linda voz - O que você gosta de comer? Estou louca para experimentar o X-Bacon daqui. Falam que é maravilhoso!
- Tá... - Responde boquiaberto, imaginando como uma mulher daquela mantém aquele corpo comendo X-Bacon! "O que será que ela quer comigo?"

Tereza, a mulher de Araújo, está em casa. Não almoçou ainda. Desde que a filha foi trabalhar perdeu a vontade de cozinhar na hora do almoço: "Cozinhar para quem? Pra mim?". Acha que precisa emagrecer mesmo. Nada melhor que não comer nada. A casa está limpa. Tudo arrumado. Às vezes não sabe por que levanta cedo já que chega a essa hora não tem mas nada que fazer. Assistir novela da tarde? Não devia ter largado o emprego quando casou. Pelo menos agora não estaria se sentindo uma inútil.
"E essa tal de internet que a Rô tanto usa?". Iria tentar, por que não? Mas sem saber nada de computador? "Hum.... Ouvi na TV que tem um curso que estão dando, e de graça!"
Decidida. Vai se arruma e sai. Ela vai aprender mexer nisso...

Mirela, a melhor amiga de Roberta. Se tornaram amigas ainda na faculdade. Apesar do jeito totalmente oposto. Ela não gosta de melação. Às vezes a chamam de devoradora de homens. "Que mal há em agir igual a eles?". Se ela quer sexo, ela tem sexo. Se não agradou, o cara nunca mais vai saber dela. Não interessa se foi carinhoso, ou se foi bonzinho ou não. Não gostou, Já erá! Se gostou vai ficando com ele enquanto agradar, ou achar outro melhor. Mas nem sempre foi assim...
E perdida em pensamentos Mi nem percebe que já chegaram.
- Vamos comer aqui Mi? - pergunta Roberta.
- Anh? Ah! Sim! Vamos sim - ela responde.
- Ai Mi! por que será que ele não atende?
- Rô! Não aprendeu ainda. Você sabe o que ele queria...
- Não Mi! Ele é diferente, não igual todos esses aí não!
- Tá Bom então Rô! Tenta mais tarde então, mas sossega tá. Você sabe o que eu penso!
- Tá! - Roberta responde, mas sabia que não ia sossegar, ia ficar pensando a cada cinco minutos nele. Se devia ou não ligar. O que devia fazer? Ai meu deus. Não sabia mais de nada. Estava confusa. Ele não pode ser igual aos outros. Justo ele não!

- Bom esse X-Bacon não? - Fala a loira comendo com gosto, mas mesmo comendo um X-Bacon ela não perde o jeito encantador.
- Sim é muito bom! - Responde tentando comer o X-Bacon sem fazer muita lambança, não parecendo um ogro.
- Então - fala terminado de comer o lanche - Você já deve estar curioso para saber por que estamos aqui.
- Sim! Estou muito curioso sim.
- Além de comer esse X-Bacon, lógico, estamos aqui para mudar sua vida - e sentada de frente para ele, olhando nos seus olhos. Se aproxima, quase colando os labios, as mãos dela se apoiando na perna dele e fala - Está disposto a olhar as coisas de uma forma que nunca viu antes? Está disposto a mudar tudo?
- ... - Araújo atônito e hiponitizado não consegue responder nada.
- Se estiver, me liga nesse número - Responde, dando um cartão para ele, se levanta, paga e sai devagarinho, chega na porta, da uma olhada para trás, para os olhos de Araújo, e sai.
Araújo ainda fica um tempo ali paralizado. Quanto tempo? Não se sabe.
- Você viu que loira? - fala para o garçon e sai
O garçon faz cara de quem não etendeu nada.

Sete Horas. Hora de Levantar

- Péé pééé pééé!
Relógio tocando, sete horas da manhã. Por que todo rádio relogio tem o mesmo barulho irritante? "Nossa já?", pensa, "Vou dormir mais um pouco". Aperta a tecla soneca. Meio que tateando. Ah! Mais nove minutos. Como nove minutos parecem tão maravilhosos. E por que será que esses rádios sempre tem nove minutos como intervalo? Por que não dez ou cinco minutos que seja? Por que os nove? Pena que nessas horas, nove minutos não são nada:
- Pééé pééé pééé!
Sete e nove, mais uma soneca talvez? Não, não dá. Hora de levantar. o expediente na Receita Federal é as nove, chegar as nove e meia tudo bem. Não tem ponto mesmo. Mas mais tarde que isso impossível. O Chefe chega sempre às dez horas. "Falta pouco para se aposentar". Conta os dias, e lembra que há quase trinta anos, antes de passar no concurso para auditor da Receita Federal pensava que não seria assim igual a todos os outros funcionários públicos, que já entravam pensando em se aposentar. Essa idéia não durou um mês.
- Chega de divagações, hora de levantar!
- Que foi Toninho?
- Nada meu bem, nada... - responde olhando para esposa. Ela também há trinta anos era diferente. Não parecia tão gorda. Os peitos tão grandes...e caidos. Pensa esquecendo de olhar para sua própria barriga e para os cabelos, alías onde estão os cabelos??

No Outro Quarto:
Quando estava na escola achava que poderia levantar tarde. Foi para faculdade viu que ainda não era hora. Deu sorte arrumou emprego. Agora viu realmente que nunca mais iria se levantar tarde na vida.
Mas tudo bem, não se importaria de levantar duas horas mais cedo, e ir dormir cinco horas mais tarde se fosse para estar com ele de novo (Mesmo que isso significasse não dormir, pelas contas, mas ela não deu atenção a isso). Com ele vai ser tudo diferente. Ele é maduro, responsável, educado. Não só finge ser como os outros. Nem pensa em sexo. Foi maravilhosa a noite ontem. Mesmo ele não pensando em sexo, acabaram transando, mas foi coisa de química, pele! Mal pode esperar para vê-lo de novo. Ele deixou o celular. "Será que eu ligo?" Pensou Roberta.
- Ai! Hora de levantar, vou ver se pego uma carona com o papai.
"Vou ligar na hora do almoço, quem sabe jantamos juntos?" pensou. Bom Já que havia a possibilidade, na verdade já era certo. Quem sabe até almoçar? Rô nem dormiu mais um pouquinho. Lavantou-se, tomou um banho relaxante. E lá vai ela para escolher a roupa:
- A não! Essa tá marcando a cintura.
- Ai viu se eu fosse 5 kilos mais magra...
- Essa!!! Ah! não dá... decote pequeno demais, nem parece que tenho peito!
- Ah Sim! Agora essa! Ai! Vida. Essa não posso, já fui semana passa no happy hour com ela.
- Essa não pode...tá marcando a perna...
- Hummmm..... Essa! Arf, arf... Aí! Não entra... hum... entrou.... Ai que merda! Não fecha! Que Ódio!
- Ai, vai essa mesmo. A única q serve!!! Preciso comprar mais roupas viu? Tem tanta coisa, mas nada fica bom. Puxa, mas será que ele vai gostar?
Se maqueia, escolhe aquele perfume que comprou quando estava de férias. Depois de uma hora ela está pronta, arrumada. Está com fome, mas comeu só um pouquinho, pra não saltar a barriga, marcar a roupa e estragar horas de escolha.

- Pai, me dá carona até a Paulista hoje?
- Dou sim, mas vai mas cedo hoje por que?
- Ah! Não sei...preguiça de pegar ônibus.

E vão para o carro. Ele ainda para, olha a filha e a esposa e volta a pensar que a mãe era mais bela que a filha quando tinha a mesma idade. Suspira. "Bons tempos aqueles"
- Tchau Bem! Não esqueci nada né?
- Tchau Mãe!
- Tchau Toninho! Não, não! Tá tudo aí. Filha, leva um agasalho, vai esfriar vi no rádio!
- Não mãe, não quero
- Leva filha...
- Mãe! Não... - É estava meio frio sim, mas um agasalho ia estragar tudo, não ia combinar, e se ele me visse assim?

Chegando na Paulista
-Tá bom aqui filhinha?
-Tá sim pai, daqui é pertinho.
-Tchau Filha!
-Tchau Pai.
Esse era seu verdadeiro tesouro, muitas vezes já pendou em abandonar Rita, mas não conseguiria ficar longe de Roberta. Mas e agora? Ela já está crescida, não teria problemas. "Ah! Deixa assim, está bom assim mesmo, pra que mudar?". Dali até a Teodoro era um pulinho. Voltar a rotina diária de novo: "Falta Pouco, muito pouco"

Ela vai andando, caminhando, é pertinho, enquanto isso vai pensando, quase saltitando de tão feliz, ele disse que trabalha na paulista também, mas o assunto mudou e ela acabou nem perguntando onde. "Será que vou cruzar com ele na rua?". Mal podia esperar para chegar no serviço, contar para a Mirela a novidade do fim de semana. Inclusive a Mirela já sabia do affair, mas não sabia tudo que tinha rolado. Mal chega:
- Conta tuuuudooooo!!! - Chega Mirela animada
- Tudo o que?
- Ah! Para com isso, o que aconteceu?
- A gente saiu. Pra jantar. Ele é lindo! Tomamos vinho.
- Hummm! vinho é?
- Ah! Para vai - fala rindo envergonhada
- Daí fomos para um lugar mais tranquilo...
- E aí ele é bom de cama? - Mirela daquele jeito espontâneo dela
- Ah Miii... Para!!!
- É grande?
- Miii
- Você chupou?
- Ô Mi, ele é maravilhosdo tá? me abstenho dos detalhes- fala sorrindo.

Ele chega na repartição
- Araújo, tem recado pra você taí desde de cedo. E você tem que ver que loira que deixou. Araújo! Araújo! O Que que é isso homem!
- Ah! Ferreira, do que você tá falando, me dá aqui o bilhete
E lá vai ele ler o bilhete: "Na hora do almoço, me encontre no Hamburguinho. Na rua dos Pinheiros. Assunto do seu interesse"
- E aí Araújo, o que tá escrito?
- Nada não, mais uma denúncia de irregularidade.
- Deve ser coisa de político, só pode.- E Ferreira volta para seu importante jogo de Paciência.
Agora Araújo fica pensando o que será que essa loira quer??? No mínimo é oferecer uma caixinha para alguma coisa. Era o que mais tinha lá. E mesmo assim, nunca aceitou uma caixinha sequer. Ok! Ele fechava os olhos pra muito coisa que os colegas faziam, mas ele mesmo se mantinha limpo. Ou o mais proximo disso.

A hora não passa. Nove horas, nove e quinze. Tanto Roberta quanto Araújo olham o relógio ansiosos. Nove e vinte. Nunca a hora do almoço foi tão aguardada assim. E nem com fome estavam. Nove e meia.

Dez horas.
Onze.
Onze e meia.
Onze e quarenta.
Quinze para meio dia.
Dez para meio dia.
Onze e cinquenta e sete.
Ufa!!! Meio Dia.

Roberta pega o bolsa. Onde deixou o cartãozinho que anotou o número meu Deus! Cadê??? E vai tirando tudo da bolsa. Ai! Perdi será? Ah! não! Tá aqui! Achei!
Tá chamando uma, duas...

- Já vai Araújo?
- É! Tô com fome!
- Pera cinco minutinhos que vou com você.
- Dá não Ferreira. Fica para Próxima
- Vai entender você Araújo.
E lá vai ele. Da Teodoro para a Rua dos Pinheiros, daria para ir a pé, mas vai de carro, é mais rápido. Entra, olha, e lá esta uma loira sentada, parecendo que está esperando alguém. Vai em direção a mesa.